DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

05/08/2010

foto: Diala Mdah Halabi - "Golan"




O Movimento do Mundo



Às vezes, um verso transforma o modo como

se olha para o mundo; as coisas revelam-se

naquilo que imaginação alguma a supôs; e

o centro desloca-se de onde estava, desde

a origem, obrigando o pensamento a rodar

noutra direção. O poema, no entanto, não

tem obrigatoriamente de dizer tudo. A sua

essência reside no fragmento de um absoluto

que algum deus levou consigo. Olho para

esse vestígio da totalidade sem ver mais

do que isso - o desperdício da antiga

perfeição - e deixo para trás o caminho

da ideia, a ambição teológica, o sonho do

infinito. De que eternidade me esqueço,

então, no fundo da estrofe?



Nuno Júdice, poeta e ensaísta, de Mexilhoeira Grande, Portugal.

5 comentários:

  1. Que beleza seu blog! Poetas de primeira água, fotos belíssimas (amei as das lindas cidades do norte do nosso país) e mais alguma coisa muito boa no ar da blogosfera.

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  2. excelente concepto, me encanto tu post tan interesante, instructivo.
    un abrazo

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  3. Que bom receber tua visita, Gerana!Obrigada por
    tão carinhoso comentário. Agora que já "aprendeu o caminho da roça"(risos), venha
    sempre!

    Beijos

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  4. Reltih, muchas gracias, eres mui gentil!

    Abrazo

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  5. Por isso...
    adoro poemas..
    adoro poetas...
    deixam a mente...
    e os olhos...
    vagarem...
    livres...
    beijos
    Leca

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