DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

22/01/2011

Um dia...



Um dia irei enfim

até ao fim do mundo.

Irei até ao fim do fundo.

Até ao fim do fim.

Irei por ti, por mim,

meu amor vagabundo,

um amor tão profundo

não termina assim.

Um dia irei enfim

até ao findo mundo,

até ao fundo fim.

Até ao fim de mim.



Extraído de "Barroco Tropical", de José Eduardo Agualusa, escritor angolano, de Huambo.

3 comentários:

  1. Êeeeeee, Cirandeira querida!
    Contigo e com o José Eduardo Agualusa eu vou, pode crer![risos]
    Tudo tão complicado e enrolado nesse mundo. Li, certa vez, um romance angolano (nem me pergunte o nome do autor, faz muito tempo), onde ficava bem explícito o preconceito racial. Fiquei tão impressionada que fiz uma historinha a respeito. Dia desses, publico, mas sei que vai dar o que falar...
    Tudo muito bonito por aqui, hein?
    Esplendoroso domingo aí, amiga!!!Bjsss

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  2. Excelente poema, Cirandeira. Não conhecia o José Eduardo Agualusa, como não conhecia outros bons autores que você cita. Gosto de blogs como o seu que fogem à mesmice de reproduzir textos dos mesmos autores de sempre. Mas já gostava do seu blog antes mesmo de conhecê-lo, por sabê-lo recomendado por bons autores - e figuras adoráveis: o Marcantonio e a Bípede.

    Abraços

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  3. Ci, tenho esse livro mas ainda não o abri. Estou lendo a Paulina com seus ventos do apocalipse, espantada, aterrorizada, fascinada com a escrita e com os tantos dramas. Hoje, quando terminei a primeira parte, em que ocorre no final enorme massacre, senti-me nauseada, com o corpo em choro e silêncio. Há tanto silêncio ao nosso redor...
    beijo.
    BF

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