DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

26/07/2011

Sobre a brevidade da vida...





Sempre que me ponho a pensar sobre a curta existência que nos é permitida viver, sou levada a refletir sobre o que deixaram escrito os homens da Antiguidade. E a sensação que tenho é a de que depois deles não temos feito muitos avanços em direção a um crescimento de nossas mentalidades. Como dizia Sêneca, há cerca de dois mil anos atrás, usamos de mil maneiras para prolongar a vida e desvencilhar-se de mil futilidades que a perturbam, sem no entanto, enriquecê-la. –
“A maior parte dos mortais lamenta a maldade da Natureza, porque já nascem com a perspectiva de uma curta existência e porque os anos que lhe são dados transcorrem rápida e velozmente. De modo que, com exceção de uns poucos, para os demais, em pleno esplendor da vida é que justamente está o abandono.”
A morte da cantora inglesa Amy Winehouse, ocorrida recentemente, no auge de sua carreira musical e de sua juventude, provocou-me indagações sobre o porquê de uma vida tão meteórica. Dela e de várias outras estrelas do universo artístico, como Janis Joplin, Elis Regina, Jimmy Hendrix e tantos outros.Hipócrates, considerado o pai da Medicina, dizia que

“A vida é curta, a arte é longa. A ocasião, fugidia. A esperança,falaz. E o julgamento, difícil.”
Sêneca nos dizia também que “Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida, se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas.”

Dinheiro,sucesso, e fama,quando chegam juntos, geralmente provocam estragos em muitas pessoas, principalmente quando ainda se é muito jovem e sem uma bagagem emocional sólida. Há o desejo de alcançar os “degraus da fama" sem estar preparado para empreender a subida. E entre esses “degraus” existe o assédio dos fãs, o compromisso com empresários inescrupulosos, sempre exigindo mais, as oportunidades para consumir drogas as mais variadas possíveis, e o cerco vai se fechando imperceptivelmente... Sem contar com a possibilidade de virem à tona sentimentos de onipotência, de arrogância, vaidades, e por que não dizer, o desejo de imortalidade! Muitos até querem ir-se embora justamente no auge de suas carreiras, para que perpetuem as suas imagens per ommina secculum...Como poderemos saber? Quem somos nós para julgarmos?


Imagem: Vida e Morte, de Gustave Klimt

5 comentários:

  1. Y SI SE VIVE MÁS, DE TODAS FORMAS ES CORTA. DICE POR AHÍ: "QUE LA ESTRELLAS MUEREN JOVEN, PARA TENER UN CADÁVER BONITO". EXCELENTE TEMA.
    UN ABRAZO

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  2. Difícil de ler. Difícil. Difícil de gerir, digerir.
    Beijosss

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  3. Ci, querida, o tema é danado de difícil, mas não importa a extensão dos dias, apenas a qualidade e a intensidade.
    Hoje falo de nordeste e Lisboa, Pavão Mysterioso de Ednardo com Amelinha, Fagner, Belchior...ixi, Maria! Ednardo é cearense, sacou? O que tem esses cearenses que já nascem arretados de inteligentes?
    Beijos, amiga!
    [a Lena do Bípede tá tentando digerir e eu também...hahahaha]

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