DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

25/01/2012

+ 1 poema de Antonio Brasileiro



ESTUDO 157

Minha poesia é ríspida.
Não há maneira de nublá-la. É ríspida.
Estas lições não aprendi com o vento.
Sou homem.
O vento
permaneça nas alfombras,
nas frondes. Eu, sou homem.
E sinto dores, fomes, injustiças.
Não sou o vento que tange árias dúcteis
nos eucaliptos: sou um homem;
e vejo os homens de banda.
Não aprendi com o vento estas lições.
O vento é o vento, eu
sou um soluço.
É ríspida minha poesia.
Não aprendi com o vento, mas com os homens.
E os homens não passam – os homens doem.

7 comentários:

  1. Os homens doem e não há nuvem que deixe oculta a força da poesia de Antônio Brasileiro. Maravilha, Ci!
    Beijos,

    ResponderExcluir
  2. Nossa, Ci, tem frases que são furacões!!
    Que poema mais impressionante.
    A última frase é avassaladora...
    beijoss

    ResponderExcluir
  3. Y LO PEOR ES QUE, ENTRE SÍ NOS HERIMOS. EXCELENTÍSIMO POEMA.
    UN ABRAZO

    ResponderExcluir
  4. Es verdad, Reltih, pero hay heridas
    hechas por extraños en el cuerpo y
    en el alma, no te parece?

    un abrazo

    ResponderExcluir
  5. Lê, o que mais me impressiona é
    o avassalamento da dura realidade;
    a poesia de Antonio Brasileiro é
    mesmo impressionante! :)

    beijos

    Tânia, eu gosto muito também da
    poesia que não se deixa "ocultar"
    pelas nuvens :)

    beijos

    ResponderExcluir
  6. Impressiona a força deste poema. E ao mesmo tempo que passa a rispidez que pretende, Antonio Brasileiro passa o lirismo do grande poeta que é. O poema funciona, flui, emociona, impacta.

    Belíssima escolha. Quem, como eu, gosta de poesia, certamente agradece...

    abraço.

    ResponderExcluir
  7. Eu que agradeço por tua visita e por teu comentário, Celso.

    abraço

    ResponderExcluir