DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

30/03/2012

A mão e a palavra



A mão que acaricia meu cérebro

meus cabelos calmam (se)

lavam, passam sobre teu corpo

tece, desfia palavras -

aí o coração diz o que

a boca não fala:

o que posso sonhar?

A palavra bifurcou-se,

alongou-se por caminhos conhecidos

perdeu

o voo do pássaro.

Agora enlouquecida puxo-a

pelos cabelos - a palavra grita,

arregalam-se meus olhos:

para onde foi o verbo,

não vem socorrer-me?

Um comentário:

  1. Algumas palavras são tão céleres que se há de segurá-las pela cauda.








    Um beijo, amiga.

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