DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

01/11/2015

Anotações II




Criar não sei não, talvez remodelar, reinventar, desmanchar, anular, falsear pra tornar real; o anel tornou-se túnel, avenida que desembocou numa rua sem saída, que também pode ser chamada de beco das garrafas, aquelas que voltaram do mar cheias de mensagens borradas. São indecifráveis os pensamentos tão rápidos quanto a velocidade da luz brilhante quanto a do sol do meio-dia, mas já deu meia-noite e agora quem comanda é o farol da lua e das estrelas. Seguro a boca com as mãos pra descansar os lábios de silêncios cansados; nas esquinas do corpo a pele vai se (des)dobrando em páginas, em lombadas de livros amontoados obstaculizando o caminho no lombo de um equino livre e são livros e mais livros curtidos no lombo de porco curtido no vinho com cravo, canela, gengibre e mel de abelhas, uma iguaria tão deliciosa quanto ler um gordo e saboroso livro de nos dar água na boca, e ainda bem que não preciso rimar, porque não quero combinar nada com nada; mas existe muita coisa presa ao lixo da história insistindo na estagnação, no retrocesso, não querendo largar o osso, os cachorros, foram os primeiros animais domesticados pelo homem, talvez seja por isso que hoje em dia nascem mais cachorros do que crianças no mundo! e têm do bom e do melhor: filé mignon, moet & chandon, psicólogos, restaurantes 5 estrelas, desfiles de moda, salão de beleza, altos salários(pagos por nós), e milhares de crianças abandonadas nas ruas fumando crak assaltando transeuntes, mas vamos colocá-las nas cadeias superlotadas de farrapos humanos em nome de cristo jesus marias e josés!
Cuidado com as imitações, amém!

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