DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

31/05/2017

Uma crônica de Machado de Assis ( ! )

Em nosso país a vulgaridade é um título, a mediocridade um brasão; para os que têm a fortuna de não se alarem de uma esfera comum é que nos fornos do Estado se cose e tosta o apetitoso pão-de-ló, que é depois repartido por eles, para a glória de Deus e da pátria. Vai nisto um sentimento de caridade, ou, direi mesmo, um princípio de equidade e de justiça. Por toda a parte cabem regalias às inteligências que se aferem por um padrão superior: é bem que os que não se acham neste caso tenham o seu quinhão em qualquer ponto da terra.  E
dão-lhe grosso e suculento, a bem de se lhes pagar as injúrias recebidas da
civilização.
 
 
Publicada  no  Diário do Rio de Janeiro, 01.11.1861
 
Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e faleceu em 1908. Tinha apenas 22 anos quando escreveu essa crônica! 

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