04/10/2022

De Jorge Luis Borges

 




Olhar o rio que é de tempo e água,

E recordar que o tempo é outro rio.

Saber que nos perdemos como o rio

E que os rostos passam como a água.


Mas a alma em meio à ruidosa monotonia da vida,

continua a ouvir uma voz que vem nos intervalos.

Continua a chorar ao ouvir uma melodia que não havia.

Continua a ouvir a fala de um estranho que vive em nós,

e que nos visita nos sonhos.

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