Por quê me olhas sempre,
assim, de soslaio? teus olhos duas
esmeraldas num copo d'água não têm
a visão oceânica dos mares;
por quê me falas desse modo
sempre tão reticente, quase mudo
e duvidoso? Tua boca carnuda e voraz
é lâmina afiada e traiçoeira e ceifa
as palavras pela raiz. Pensamentos
enclausurados e solitários desencadeiam
motins cerebrais, dendritos esfacelam-se
provocam curtos circuitos sinápticos!
Nesse universo intergaláctico onde os bilhões
de estrelas são gavetas de poeira;
onde o sol é apenas uma estrela
comum; tua omissão, teu andar sorrateiro
transformou-te num minúsculo ponto
quase invisível,
poeira que se dissipa na imensidão
do deserto...
Nenhum comentário:
Postar um comentário