Ana Hatherly
A palavra sempre vem vestida de Noite sem estrelas. Tem seu corpo envolto numa capa tosca na forma, que de tão fina se desmancha nos poros azuis do infinito. A mãe do verbo vem perdendo seus significados nos dicionários; as regras gramaticais caíram da árvore sobre o solo do abandono, diante da banalidade da vida: corpo, folhas e frutos apodrecem nos beirais das ruas entulhadas de carros, de lixo. Sob olhares indiferentes, passos apressados para o vazio. O saber transformou-se numa caixa preta?
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