A ventania, Anita Malfatti
Olhei para o céu, e vi um grande livro aberto onde as letras eram estrelas formadas por pontos luminosos, que se deslocavam; as fixas constituíam os parágrafos, e as que se moviam, eram as mudanças de páginas. Esse imenso espelho celeste refletia os grandes astros da literatura universal. De repente, ouvi uma voz a perguntar-me: "- O que vais fazer com este espelho?" Um vento forte soprou em minha janela. Acordei. Preciso aprender a sonhar, a compreender melhor o canto das sereias que desafiavam a lucidez de Ulisses; a importância dos moínhos de vento de Dom Quixote, e sobretudo, continuar buscando a ilha desconhecida, da qual nos falou José Saramago.
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