Quando chega a noite, volto para casa e vou para meu estúdio. No umbral, tiro as roupas do dia, enlameadas e suarentas, e visto paramentos dignos de corte ou palácio, e, nesses trajes mais graves, penetro nos recintos dos antigos e sou recebido por eles, e ali provo do alimento que me é mais afeito, para o qual nasci. Ali ouso falar-lhes e perguntar sobre os motivos de seus atos, e eles me respondem com toda humanidade. E por quatro horas esqueço este mundo, não lembro dos aborrecimentos, não temo a pobreza, não tremo diante da morte: sou parte daquele mundo. (Nicolau Maquiavel -Florença 1469-1527)
No final do século XV Maquiavel tentava exercitar sua memória entre os livros de sua preferência, geralmente à noite, quando o leitor, segundo ele, sentia-se mais íntimo dos livros, e com o pensamento mais livre.
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli -
Florença(Itália) 1469-1527