Alguns se dão valor para mostrar-se em lugares públicos. Tão pouco alí os consideram, as pessoas os expulsam de modo grosseiro. Então, eles entram nos vagões do Metrô e tentam divulgar sua mercadoria entre a hostilidade, o desespero ou a indiferença dos passageiros. Não lhes resta outra alternativa senão entrar nas casas, já que não são vistos, e tratar de abrir os olhos, os ouvidos e a mente de quem não os invadiu.
Como não viver agradecido, se os recolhes por um instante e torna-os parte de tua voz interior, de tua respiração e do fluir rítmico de teu sangue? Pelo menos por essa noite os versos da rua, os filhos da inconsciência e da intempérie, estão a salvo. Amanhã quem sabe. Só existe uma coisa certa: dentro de pouco tempo eles também se terão evaporado. Novas legiões darão testemunho às cidades.
José Emílio Pacheco, Cidade do México (1939- )
Csramba, eu fiquei pensando nos versos que não vejo, não leio, enquanto passo correndo, apressada... José Emílio Pacheco: quem és, ou foi?
ResponderExcluirBeijos, Ci!
Maravilhosamente verdadeiro, Ci!
ResponderExcluirAdorei! Beijo :)
UNA GRAN REALIDAD DE LAS CIUDADES LATINOAMERICANAS.
ResponderExcluirUN ABRAZO
E aí, Ci!
ResponderExcluirEsse texto nos faz pensar na quantidade de universos que nos deparamos por aí e mal nos damos conta.
FaloU!