Lá no sertão cabra macho não ajoelha
nem faz parelha com quem é de traição
puxa o facão, risca o chão que nem centelha
porque tem vez que só mesmo a lei do cão.
É Lampa, é Lampa, é Lampa,
É Lampião, meu candeeiro encantado
Enquanto a faca não sai toda vermelha
a cabroeira não dá sossego, não.
Revira bucho, estripa como corta orelha
que nem já fez Virgulino, o Capitão.
Já foi-se o tempo do fuzil papo amarelo,
pra se bater com poder lá do sertão.
Mas Lampião disse que contra flagelo
tem que lutar com parabelo na mão.
Falta o cristão aprender com São Francisco
falta tratar o Nordeste como o Sul
falta outra vez Lampião, Trovão, Corisco
falta feijão, ao invés de mandacaru.
Falta a Nação acender seu candeeiro,
falta chegar mais Gonzaga lá do Exu,
falta o Brasil de Jackson do Pandeiro,
maculelê, carimbo, maracatu.
Lenine/Paulo César Pinheiro
Maravilhoso! :-) E a imagem do candeeiro é tão nostálgica e íntima pra mim...
ResponderExcluirBeijos, Ci!