às vezes penso: é inútil escrever a palavra está vestida de noite sem estrelas
envolta numa capa tosca de forma tão rasa que desmancha-se mergulha no ar nos poros azuis do infinito nua desprovida de significados
já não existem dicionários as regras gramaticais caíram (por obsolescência)
da árvore do saber sobre o solo do abandono diante da banalidade da vida
corpos folhas frutos
apodrecem nos beirais
das ruas entulhadas
de carros, de lixos humanos
sob olhares indiferentes
passos apressados para
chegar ao nada
o saber transformou-se numa caixa preta mergulhada em mares profundos
de acesso impenetrável imune a sofisticações tecnológicas
"cabeças pensantes" julgam ter descoberto a roda outra vez
apregoando falsos ensinamentos aos desavisados
na expectativa que a história se repita e tudo continue
como sempre
as palavras são como
um rio perene seguindo
seguindo seu curso
se renovando sempre
quando não renovadas secam e não adianta invocar passarinhos, desenhar aroma de flores colorir de nuvens o chão onde uns pisam sobre os outros de forma benevolentemente dissimulada
UN POEMA NOSTÁLGICO, QUE HACE PONER LOS PIES SOBRE LA TIERRA.
ResponderExcluirUN ABRAZO
Ci,
ResponderExcluirÉ quando tudo parece cair que o brilho da árvore da sabedoria mais se insinua.
Beijo :)
"às vezes penso: é inútil escrever a palavra está vestida de noite sem estrelas"
ResponderExcluirmesmo a noite, por mais escura que seja, é sempre a promessa de um dia claro...
excelente poema.
Bjs
e para se renovar a palavra é preciso adquirir conhecimento. e a leitura é essencial nesse processo. e é por isso que, embora não tão assiduamente como queria ou gostaria, não deixo de me reciclar aqui no teu blog. lindo texto, amiga! beijos.
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