Tantas
histórias inacreditáveis, daquelas que pensamos ser pura ficção...
Mas não são. Tanta coisa vivida, quase nada marcado no relógio,
algumas
me foram
contadas
pela boca. E
os livros? entro e saio de páginas e mais páginas, tum tum tum
pulsa o coração e vão pingando palavras no tic-tac, no pulsar da
noite lenta, no pulsar do sangue das horas, e então fica difícil
arrumar tudo isso num quarto vazio em plena madrugada. A luz do
abajur enche de sombras as lembranças; os pensamentos vão se
tornando pesados pelas esquinas desertas e silenciosas; as palavras
saltam das mãos esparramam-se pelo chão enquanto a mente fervilha,
resiste ao sono.
O
cheiro da madrugada, os ruídos distantes, uma vida inteira a
desfilar através das sombras, da bruma ensandecida da vida...
O
vento sibila pelas veias tentando acender a escuridão da noite. Os
olhos querem dormir e depois acordar flutuando sobre as águas...O
calor está insuportável, parece que o vento foi engarrafado para
soprar em alto mar.
Mais
um dia branco e mudo. As páginas do caderno com suas linhas
paralelas continuam vazias; sono e vigília entrelaçados permeiam
ficção e realidade modelando imagens e palavras: um corpo que é um
livro ilustrado. Em cada página uma lâmina a fatiar a pele do
corpo em cortes transversais como capítulos de uma história a ser
lida, a ser construída. E cada uma delas sai da noite com os pés
pela manhã ao encontro da realidade.
MUY BUENA, EXCELENTE NOTA!!!!
ResponderExcluirABRAZOS
Muy hermoso. Me ha fascinado de principio a fin.
ResponderExcluirDejo que me atrape esas dos dualidades entre el sueño y la realidad, en esa duermevela de la vida en la que los deseos, los sueños y lo que vivimos se mezclan desdibujando fronteras y acrecentando el desasosiego de querer vivir, no sólo sobrevivir.
Un beso,