Cada dia mais Tirésias tateio no escuro; cada dia mais claro lá fora cerra-se a cortina. Não. É preciso dizer: arranquei-me da pele (outra vez), estirei-a na embira só pra me ver secar ao sol. Olhei praquele céuzão azul, praquela vastidão infinitiva, e foi quando vi o voo delas a farejar o meu perfume. Levantei-me hirta de dor e de medo e mergulhei-me em busca do meu fio...
Nas franjas de Mnemosyne busco o fio de Ariadne pra sair do labirinto, mas sua cabeça, hoje calva e sem rumo anda com os pés no esquecimento, perdeu-se na desrazão. No silêncio da noite procuro Morfeu: em vão, hoje ele é virtual dependente de Matrix. Talvez seja necessário fazer umas "atualizações", umas "selfies" pra postar no instagram. Quem dorme na rua sob a luz das estrelas, quer apenas uma cama de papelão pra embalar seu sonho de papel.
Belo texto, Ci! Realmente, o homo sapiens já deixou sua categoria e agora talvez pertença a "homo technicae" ou algo assim.
ResponderExcluirFaloU!
GRANDIOSO TU TEMA!!!!
ResponderExcluirABRAZOS