Alexandre Farto
fragmentos de palavras cintilam através do tempo por dias e noites multiplicando-se na mente - grãozinhos de pó que vagueiam no espaço em busca de uma trilha ainda que seja nas páginas brancas de um caderno - nelas não há espaço para vertigem desfiladeiros nem precipícios a transpor - apenas o caminhar de uma mão que tenta ouvir os sussurros do pensar nesse lusco-fusco dos dias; os dedos percorrem ruas imaginárias atravessam pontes circundam curvas de rios ora caudalosos ora turbulentos como se flutuassem entre nuvens de paixão e de espanto. O sussurro do vento alinhava e descostura, constrói e desconstrói palavras e sentimentos como no movimento das ondas de um mar silencioso bravio e turbulento...
na morada do eco as palavras ficam distorcidas, transformam-se em lamentos gritos gargalhadas ao relembrar o vivido, a refletir sobre o que ainda está por vir: um porvir não desejado, uma tragicomédia transformada em farsa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário