Eu não quero falar de
crápulas
Gente que rouba dinheiro da
merenda escolar
Frauda licitações de
medicamentos
Tira proveito dos salários de
aposentados
Compra votos e consciências
para se eleger
Usa o poder da mídia para
mentir e enganar as pessoas
NÃO! Não quero gastar meu
verso com eles
NÃO VALEM A PENA!
É ESCÓRIA HUMANA DA PIOR
ESPÉCIE
SÓ MERECEM CADEIA! CADEIA!
CADEIA!
Quero falar do pai de família
De bicicleta às 6,30 da manhã
Indo levar dois filhos à
escola.
Ele é real! Passa em frente a
minha casa
Todo dia!
Da mãe que acorda às quatro
para deixar a comida pronta
e o filho na creche antes do
trabalho
De quem se arrisca no mar
para trazer
o seu e o nosso alimento.
De quem se desdobra em uma
sala de aula
para educar os nossos filhos
Dos que pegam a condução ou
dirigem
por horas, cansados,
estressados
com fome, atravessando
os perigos da cidade.
De quem cuida da saúde de
outros
de quem constrói
Da criança e do jovem que
levantam cedo
e caminham por horas ou pegam
barco, ônibus, trem
dispostos a aprender e
crescer na vida.
Quero falar daqueles que
organizam os sonhos individuais
em sonhos coletivos
Dos que reúnem, juntam, tomam
a frente
Buscando caminhos não só para
sí.
Daqueles que estão na frente
da batalha
e pagam caro por isso
Muitos com a própria vida.
Dos que ajudam a transformar
sonhos em planos
e planos em políticas
Ampliando as possibilidades
de concretizar
o sonho de todos e de cada um
É a vocês que eu dedico o meu
verso
embora seja pouco
È a vocês que eu louvo
É a vocês que eu canto
e digo
VALE A PENA SONHAR!
Helena Lutescia, doutora em Farmácia, e poeta.