"O mundo está repleto de homens sábios, mestres eruditos e vastas bibliotecas: e tenho por verdade que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou de Papiniano houve tanta oportunidade de estudar como há hoje. [...] Vejo ladrões, carrascos
flibusteiros, taverneiros, cavalariços e que tais, a própria escória da plebe, mais eruditos que os doutores e pregadores do meu tempo."
François Rabelais nasceu nas proximidades de Chinon (França) em 1494. Sua casa era chamada de "La devinière" ou A adivinha; o nome original era Les cravandières - de cravant, "ganso selvagem". Os gansos eram usados para prever o futuro. Adivinhadores ou não, o fato é que esse pequeno trecho escrito por Rabelais continua atualíssimo mesmo decorridos cinco séculos! Nesses tempos bicudos, no auge da virtualidade sem nenhuma virtude, quantos arautos
e donos da verdade têm proliferado, quantos leitores de "orelhas de livros" se consideram intérpretes de obras complexas; quantos "âncoras" vêm tentando afundar o navio da nossa história a partir de falsas notícias?
Rabelais sabia latim, grego, italiano, hebraico, árabe e vários dialetos franceses;
estudou teologia, direito, medicina, arquitetura, botânica, arqueologia e astronomia; enriqueceu a língua francesa com mais de oitocentas palavras, muitas delas ainda usadas na academia canadense. É autor de Gargantua e Pantagruel, Fatos e ditos heroicos do Bom Pantagruel (4 volumes).
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