Esfrego as mãos para com elas caminhar pelas paredes da imaginação; estava fora dos eixos, mas dava para ouvir os murmúrios que delas saíam. É um lugar cheio de ecos aprisionados sob pedras e tijolos, e querem falar. As ruas estão desertas de gente, só ouço o latir dos cães e o ranger do vento tiritando entre as portas da noite. Caminhando com as mãos, vou galgando, pouco a pouco, os degraus das palavras, antes que se tornem brasas e queimem minha língua, travem meus dentes, e mergulhe no silêncio. Abro e fecho meus olhos num movimento pendular entre o sonho e a realidade. Num piscar de olhos acordei! Dizem que a língua é como uma cobra d'água, ora mergulha nas águas profundas dos rios que vão desaguar no mar das palavras múltiplas e diversificadas, ora emergem para buscar oxigênio...
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