Os olhos mergulham em águas lacrimosas como serpentes que deslizam num leito de rio à procura de alimento: saem das órbitas, arregalam-se. A boca cerra os dentes, e quase engole a língua - emudece. A mão caminha sobre a página em busca de palavras, mas os pés se metem entre elas para atrapalhar o caminho da linguagem. Lá do alto, o cérebro, que tudo comanda, vai liberando a mente e os pensamentos, transformando os olhos em pequenas ilhas de pedras que se metamorfoseiam em caminhos: arquipelagam-se!
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