Albrecht Dürer
Sentada diante de uma tela em branco tento extrair minúsculas partículas de lucidez para preencher esse vazio que vem insistindo em instalar-se em meu cérebro. Um vazio que surge quando quase tudo já transbordou, ultrapassou os limites do que é possível, porque o vazio, quando excede, enche! Nada, não sai nada; mesmo vendo, sentindo na minha própria carne, na tua, na de milhões de pessoas que habitam essa terra, a carência de alimentos, a fome, a falta de moradias, de saúde, de educação, de bem-estar, de uma vida digna. Uma mistura de sentimentos contraditórios dialogam, e ao mesmo tempo divergem dentro de mim: impotência, medo, covardia, ou hipocrisia ou comodismo? Essa aparente diversidade de sentimentos tem, paradoxalmente, me deixado sentada diante, e não à beira da indiferença. Continuarei indagando enquanto não sair deste labirinto...
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