A música do espaço para, a noite se divide em dois pedaços.
Uma menina grande, morena, que andava na minha cabeça,
fica com um braço de fora.
Alguém anda a construir uma escada pros meus sonhos.
Um anjo cinzento bate as asas
em torno da lâmpada.
em torno da lâmpada.
Meu pensamento desloca uma perna,
o ouvido esquerdo do céu não ouve a queixa dos namorados.
o ouvido esquerdo do céu não ouve a queixa dos namorados.
Eu sou o olho dum marinheiro morto na Índia,
um olho andando com duas pernas.
O sexo da vizinha espera a noite se dilatar, a força do homem.
A outra metade da noite foge do mundo empinando os seios.
Só tenho o outro lado da energia,
me dissolvem no tempo que virá, não me lembro mais quem sou.
Murilo Mendes, Juiz de Fora(MG) - 1901-1975
Murilo Mendes, Juiz de Fora(MG) - 1901-1975
Fantástico o Murilo Mendes. Já houve um tempo de devora desse poeta. Era ele e só ele. Muito bem lembrado, Ci!
ResponderExcluirBeijos,
COMO UNA GRAN MORALEJA.
ResponderExcluirUN ABRAZO