DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

10/11/2014

Quantos muros nos separam...?


Decorridos vinte e cinco anos da queda do muro de Berlim (O8.11.1989) vemos repercutir o fato internacionalmente como uma grande vitória, como se não existissem muitos outros criados antes deste; como se de lá para cá não tivessem erguido outros tantos. Em 1989 havia cerca de onze, entre muros, barreiras ou muralhas erguidas, e hoje, em pleno século XXI, já temos mais  de cinquenta e cinco, que correspondem a exatos 8.000kms!
E quais seriam os motivos ou pretextos para a construção desses muros?
- "impedir conflitos entre os povos"
- evitar "atos terroristas"
- impedir que migrantes estrangeiros ultrapassem as fronteiras

A partir de tais alegações ergueram-se os muros que separam de forma descontínua, Israel e Cisjordânia e a faixa de Gaza; o muro que separa a Coréia do Norte da Coréia do Sul, considerado o mais antigo de todos; entre Israel e Egito; entre a Índia e Bangladesh, a mais longa fortificação, com seus três mil quilômetros formando um verdadeiro "buraco geográfico"
 
 
Israel/ Cisjordânia
 
 
México/EUA
 
 
Índia/ Bangladesh 
 


O muro marroquino ou "muro de areia", que divide o Saara ocidental em dois

 
Marrocos/Saara ocidental 
 
O muro de Berlim foi derrubado, mas a Alemanha continua dividida em duas, não existe integração entre elas, seja política, econômica ou social. A "irmã pobre" é sempre vista de esguelha, sem as mesmas oportunidades de emprego.

Muros, barreiras, muralhas são os preconceitos, a intolerância ao que é diferente, a dificuldade para dividir com o outro, a ausência de solidariedade num mundo cada dia mais voltado para o lucro e o poder. Um mundo que estimula cada vez mais o culto à imagem, ao narcisismo desenfreado, quase patológico. Os muros invisíveis, esses sim, são tão ou muito mais perigosos que os tornados "acidentes geográficos".

4 comentários:

  1. Uma terra sem muros, utopia com eterno viço.

    Beijo :)

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  2. Mientras exista un sólo muro, no podemos hablar de libertad.

    En España tenemos una vallas con cuchillas afiladas en Ceuta y Melilla que hieren a los emigrantes que intentan llegar a nuestro país. En uno de sus tramos hay un campo de golf.

    Mientras de un lado juegan en un campo de hierba, del otro los emigrantes colgados de las vallas tratan de encontrar el modo de atravesarlas. A veces mueren en el intento.

    Aparte de los muros físicos, existen demasiados muros mentales todavía para celebraciones festivas.

    Un beso,

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  3. O maior muro a derrubar, é invisível...

    Cirandeira seu blog sempre especial.
    Já actualizei o link da ultima postagem que voce comentou no meu blog.
    Obrigado.
    kandandu
    Namibiano

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