Era um imenso acampamento ao ar livre.
Das cartolas dos magos brotavam alfaces cantoras e pimentões luminosos, e por todas as partes havia gente oferecendo sonhos para trocar. Havia os que queriam trocar um sonho de viagem por um sonho de amor; e havia quem oferecesse um sonho para rir em troca de um sonho para chorar um pranto gostoso.
Um senhor andava ao léu buscando os pedacinhos de seu sonho, despedaçado por culpa de alguém que o tinha atropelado: o senhor ía recolhendo os pedacinhos e os colava e com eles fazia um estandarte cheio de cores.
O aguadeiro de sonhos levava água aos que sentiam sede enquanto dormiam. Levava a água ns costas, em uma jarra, e a oferecia em taças altas.
Sobre uma torre havia uma mulher, de túnica branca, penteando a cabeleira, que chegava a seus pés. O pente soltava sonhos, com todos os seus personagens: os sonhos saíam dos cabelos e íam embora pelo ar.
***
A ventania
Assovia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate em minha cara.
***
A ventania
Assovia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate em minha cara.
Eduardo Galeano, em O Livro dos Abraços
UN TEXTO, SUEÑO DE UN SOÑADOR.
ResponderExcluirABRAZOS
Eduardo Galeano e os sonhos, os nossos sonhos que vão renascendo aos pedacinhos, magicamente.
ResponderExcluirCoisa linda poder voltar aqui em 2015 e sorver da tua fonte viva e inesgotável de saber, querida Ci.
Olhe, as letrinhas do meu post agora são pretinhas e podes ler sem susto! [rsrs]
Amiga, perdoe-me essa demora, mas fiquei quase morta de tanto trabalhar no velho 2014...como sofri!
Mas já passou e só quero rever os amigos e brindar a alegria de prosseguir, prosseguir e estarmos vivos.
E viva à nossa Amizade em 2015!!!Bjssss