ouço o que andas a dizer
por aí por acolá
sei do que andas fazendo
por aqui
eu que nada entendo de mim
percebo o quanto me és estranho
e familiar quando vislumbro
entre a bruma luxuriante e uns
rasgos de raios de sol
teu fantasma pelas frestas
tuas tentativas para
invadir nossa casa
já participei desse coral de gritos e sussurros
desses lamentos em outros carnavais
nas mesmas praças
mesmas masmorras e
paus-de-arara de triste memória
teu jardim de ervas
daninhas é fértil em serpentes
venenosas com guizos
que emitem sons
hipnotizantes e encantatórios
a mim, não mais enganas!
a lembrança dos tapas nos ouvidos; o repentino abrir e fechar daquela porta pesada com a força que possui um brutamonte a gritar impropérios, a arrastar teu corpo como se molambo fosse: - levanta, filha da puta, tá pensando que aqui é hotel de luxo? - e a porrada comia solta com direito a choque elétrico nos peitinhos empinados e virgens; sem direito a emitir um ai; as palavras presas na garganta, o dente engolido a seco e a dignidade jogada no lixo!
a lembrança dos tapas nos ouvidos; o repentino abrir e fechar daquela porta pesada com a força que possui um brutamonte a gritar impropérios, a arrastar teu corpo como se molambo fosse: - levanta, filha da puta, tá pensando que aqui é hotel de luxo? - e a porrada comia solta com direito a choque elétrico nos peitinhos empinados e virgens; sem direito a emitir um ai; as palavras presas na garganta, o dente engolido a seco e a dignidade jogada no lixo!
não dá pra esquecer. Jamais! também não dá pra aceitar que alguns que nunca passaram por isso, que não conhecem sequer a história do seu país, saiam às ruas para reivindicar o retorno de um dos períodos mais retrógrados e sombrios que já vivemos no Brasil.