No verdadeiro caminho
Voar sem trilhos.
Apalpar através dos véus, dos vidros.
Prender-se à superfície do mundo
desprovido de dedos, dentes, cabelos.
Andar até não conseguir chegar.
Construir um abrigo em labirinto.
Insistir no método difícil da ignorância.
Câmbio
o mar
não tem margem
você está sem passagem
em alguma parte dele
tentando ir para
outra parte
e se chegar lá
talvez siga viagem
ao ver o mar
à deriva passar
Um deus
dê-me um minuto
um cajado
um rosto
rotinas para retinas já
então fustigadas
uma cama um dorso
dê-me uma foice
o último terremoto
um touro
o protonauta de neverland
dê-me um sopro
* Ronald Polito nasceu em Juiz de Fora (MG) em 1961. É poeta, historiador, tradutor e ensaísta. Tem vários livros de poesia publicados, entre eles Solo, Vaga, Intervalos, De passagem, Terminal.
Hermosos versos y no menos las imágnes que los acompañan. Leyendo y disfrutando de este post me vino a la cabeza Kafka en esta pequeña maravilla que te copio, algo parecido a lo que dice Polito, volar sin lastres, sin límites...un soplo para seguir viviendo en esencia.
ResponderExcluirEL DESEO DE SER PIEL ROJA
"Si uno pudiera ser un piel roja siempre alerta, cabalgando sobre un caballo veloz, a través del viento, constantemente sacudido sobre la tierra estremecida, hasta arrojar las espuelas porque no hacen falta espuelas, hasta arrojar las riendas porque no hacen falta riendas, y apenas viera ante sí que el campo era una pradera rasa, habrían desaparecido las crines y la cabeza del caballo."
Un abrazo,