Marcel Duchamps
Ouro! amarelo, reluzente, precioso ouro!
Não, deuses, não faço súplicas em vão (...)
Assim, um tanto disto tornará o preto branco,
o repugnante belo, o errado certo, o vil nobre,
o velho jovem, o covarde valente (...)
Porque isto arrancará vossos sacerdotes e servidores de vossos lados, arrebatará coxins de sob a cabeça de homens corpulentos:
este escravo amarelo tecerá e despedaçará religiões;
abençoará os amaldiçoados; fará a alvacenta lepra adorada;
levará ladrões, dando-lhes título, reverência e aprovação,
ao banco dos senadores; isto é o que faz a desgastada
viúva casar-se novamente; a ela, para quem
o lazarento e ulcerosas feridas abririam a goela
isto perfuma e condimenta para o dia de abril novamente.
Vem, elemento danado,
tu, vulgar rameira da humanidade,
que instalas a disputa na multidão de nações (...)
Ó tu, doce regicida e caro divórcio entre filho e senhor!
tu, brilhante violador do mais casto leito de Hímen!
tu, Marte valente! tu, sempre jovem, loução,
amado e delicado sedutor, cujo rubor
derrete a neve consagrada que jaz no regaço de Diana!
tu, deus visível, que soldas impossibilidades
e fá-las beijarem-se! que falas com toda língua
para todo propósito! ó tu, contato de corações!
pensa, teu escravo, o homem, rebela-se e
por tua virtude entra em tais confusas disputas,
que as bestas poderão ter o mundo sob império.
William Shakespeare(1564-16l6)
Ouro! amarelo, reluzente, precioso ouro!
Não, deuses, não faço súplicas em vão (...)
Assim, um tanto disto tornará o preto branco,
o repugnante belo, o errado certo, o vil nobre,
o velho jovem, o covarde valente (...)
Porque isto arrancará vossos sacerdotes e servidores de vossos lados, arrebatará coxins de sob a cabeça de homens corpulentos:
este escravo amarelo tecerá e despedaçará religiões;
abençoará os amaldiçoados; fará a alvacenta lepra adorada;
levará ladrões, dando-lhes título, reverência e aprovação,
ao banco dos senadores; isto é o que faz a desgastada
viúva casar-se novamente; a ela, para quem
o lazarento e ulcerosas feridas abririam a goela
isto perfuma e condimenta para o dia de abril novamente.
Vem, elemento danado,
tu, vulgar rameira da humanidade,
que instalas a disputa na multidão de nações (...)
Ó tu, doce regicida e caro divórcio entre filho e senhor!
tu, brilhante violador do mais casto leito de Hímen!
tu, Marte valente! tu, sempre jovem, loução,
amado e delicado sedutor, cujo rubor
derrete a neve consagrada que jaz no regaço de Diana!
tu, deus visível, que soldas impossibilidades
e fá-las beijarem-se! que falas com toda língua
para todo propósito! ó tu, contato de corações!
pensa, teu escravo, o homem, rebela-se e
por tua virtude entra em tais confusas disputas,
que as bestas poderão ter o mundo sob império.
William Shakespeare(1564-16l6)
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