DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

13/03/2020

Relendo "A peste"





Não lembro exatamente quando foi que li pela primeira vez "A peste", de Albert Camus, mas tenho a lembrança nítida do quanto me impactou.
Relendo hoje, em pleno século XXI, este livro que foi publicado pela primeira vez em 1947, percebo o quanto a história se repete, mesmo se apresentando com outra roupagem. Escrito no pós-guerra, Camus relata o que ocorreu na cidade de Orã depois que ela é atingida pela peste transmitida por ratos, dizimando sua população. Narrado sob o ponto de vista de um médico, que não mede esforços para conter a epidemia, Camus destaca a solidariedade, a solidão, o medo da morte, e a própria morte, entre outros dilemas vividos pela humanidade.

"Uma forma conveniente de travar conhecimento com uma cidade é procurar saber como se trabalha, como se ama e como se morre.
 [Isto é: aqui as pessoas se entediam e se dedicam a criar hábitos. Nossos concidadãos trabalham muito, mas apenas para enriquecer. Interessam-se sobretudo pelo comércio e ocupam-se, em primeiro lugar, segundo a sua própria expressão, de fazer negócios. Naturalmente, apreciam prazeres simples, gostam de mulheres, de cinema e de banhos de mar. Muito sensatamente, porém, reservam os prazeres para os domingos e os sábados à noite, procurando nos outros dias da semana, ganhar muito dinheiro.]
[Assim, a primeira coisa que a peste trouxe aos nossos concidadãos foi o exílio.
Mas, se havia exílio, na maior parte dos casos era o exílio em casa.
No exílio geral, eram os mais exilados, pois se o tempo despertava neles, como em todos, a angústia que lhe é própria, estavam também presos ao espaço e chocavam-se sem cessar de encontro aos muros que separavam o seu refúgio empestado da pátria perdida."]

Um comentário:

  1. Hace mucho que también la leí. Me gustó mucho entonces, pero en este momento prefiero leer otras cosas.

    Creo que podemos convertir nuestro exilio forzado en un pequeño Paraíso y disfrutar de todas esas pequeñas cosas que hemos dejado de lado por falta de tiempo.

    Echo mucho de menos callejear, los abrazos, los besos, y a mis nietas, pero tengo tiempo para leer, escribir, pensar, reflexionar, y quien sabe si descubro alguna habilidad en estos días en los que nadie me "necesita"

    Un abrazo,

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