O mar continua revolto, muitas turbulências;tubarões de presas afiadíssimas e famintos de ganância e poder, são cada dia mais numerosos. Estou cansada de remar, de cantar, de dançar no vaivém dessas ondas...Até quando persistirá essa tempestade?
O barco!
Meu coração não aguenta
tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não...!
Navegar é preciso
Viver não é preciso
O Barco!
Noite no teu tão bonito
sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco da madrugada
O porto, nada...!
O Barco!
O automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio...!
Navegar é preciso
Viver não é preciso
"Os argonautas", de Chico Buarque de Holanda
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