DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

04/01/2009

No primeiro século da era cristã, o filósofo latino Sêneca denunciava o
acúmulo exibicionista de livros:"Muita gente sem educação escolar usa
livros não como instrumento de estudo, mas como decoração para a sala
de jantar". Em 1509, o humanista Geiler von Kaysersberg afirmava que:
"Aquele que quer livros para ganhar fama deve aprender algo com eles;
não deve armazená-los em sua biblioteca, mas na cabeça.Mas este primeiro louco pôs seus livros em correntes e fez deles prisioneiro; se pudessem se libertar e falar(os livros), arrastariam-no até o juiz, exigindo que ele, e não eles, fosse encarcerado".
Na Grécia, em Roma e Bizâncio, o poeta erudito - o doctus poeta, representado segurando uma tabuleta ou um rolo - foi considerado um modelo, mas esse papel estava destinado aos mortais. Os deuses jamais
se ocupavam de literatura;as divindades gregas e latinas jamais eram mostradas segurando um livro. O cristianismo foi a primeira religião a
por um livro nas mãos de seu deus e, a partir da metade do século XIV,
o livro emblemático cristão passou a ser acompanhado por outra imagem
- a dos óculos.

"O Louco dos Livros" - Alberto Manguel

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