A comemoração do Ano Novo ocidental teve origem entre os romanos, que dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões, possuidor de duas faces - uma voltada para frente e outra voltada para trás, simbolizando as portas do ano que terminava e do outro que começava. Era portanto, a divindade que regia o começo e o final de todas as atividades humanas. Jano Patulcius ou "aquele que abre" e Jano Clusius, "aquele que encerra, assim os romanos o consideravam. O mês de janeiro é derivado do nome desse deus. Já maduro, aventurou-se pelo mar Tirreno até as terras da atual Itália, com um grande exército, fazendo várias conquistas, chegando a construir a sua cidade, à qual deu o nome de Janícula, na região do Lácio(Roma), onde surgiu o Latim. Quando Saturno foi expulso do Olimpo por Júpiter, procurou asilo no Lácio, sendo bem recebido por Jano. Quando partiu, abençoou seu anfitrião com o dom da prudência, dando-lhe o poder de ver o passado e o futuro ao mesmo tempo. Foi por esse motivo que os romanos cunharam a figura de Jano em sua moeda, o asse, representando-o ora jovem, ora idoso, com dois rostos numa mesma cabeça, voltada para direções opostas. Através de escavações arqueológicas foram encontradas moedas com Jano bifronte, tendo em seu reverso a proa de um barco, indicando o que os romanos lhe atribuíam: introdutor dos barcos e do comércio.
Em 46 a.C., o imperador romano Júlio César assinou um decreto determinando a passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro, como data para a mudança de calendário. Contudo, a consolidação do Ano Novo, só ocorreu a partir do calendário gregoriano, em 1582, feita pelo papa Gregório XIII.
Os assírios, os persas e os fenícios comemoravam o Ano Novo no mês de setembro(dia 23) e os gregos entre os dias 21/22 do mês de dezembro. Já os chineses, celebram a chegada do ano a partir da chegada da primavera, de acordo com o calendário lunar(final de janeiro/início de fevereiro); no Japão é comemorado entre os dias 1 de janeiro e 3 de janeiro. Existem relatos afirmando que a primeira comemoração de Ano Novo ocorreu na Mesopotâmia, por volta de 2000 a.C., conhecida como "Festival de Ano Novo". Na Babilônia, a festa começava por ocasião do equinócio, quando o sol corta o equador de forma elíptica, tornando iguais a duração do dia e da noite. Todos os países que possuem calendários anuais celebram essa data, também chamada de "réveillon", derivada de "réveiller", ou "despertar".
Será que Jano ainda presidiria a festa de Ano Novo?
E se presidisse, o que estaria vislumbrando para todos nós?
Entre os inúmeros poemas que Drummond escreveu sobre o Ano Novo, encontrei esta preciosidade:
Procuro uma alegria
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é voo de um pássaro
é uma canção.