A Natureza é um templo onde vivos pilares
deixam às vezes soltar confusas palavras;
o homem o cruza em meio a uma floresta de símbolos
que o observam com olhares familiares.
Como os longos ecos que de longe se confundem
em uma tenebrosa e profunda unidade,
vasta como a noite e como a claridade,
os perfumes, as cores e os sons se correspondem.
Há perfumes frescos como as carnes das crianças,
doces como o oboé, verdes como as pradarias,
- e outros, corrompidos, ricos e triunfantes,
como a expansão das coisas infinitas,
como o âmbar, o almíscar, o benjoim e o incenso,
que cantam o transporte do espírito e dos sentidos.
Correspondências, de Charles Baudelaire
Tradução de Luciano Ferreira Gatti, doutor em Filosofia pela Unicamp(Universidade de Campinas-SP)
Olá!
ResponderExcluirBelo texto!
Apaixonei-me pela nova imagem do logo do blog.
Surreal!
Beijo!
Obrigada, Carol. Este surrealismo fui eu que
ResponderExcluirpintei, em momentos de rara lucidez!
Beijos
"As flores do mal" são tudo o que há de bom, he he. Vc. sabe de quem é essa boa tradução, Cirandeira?
ResponderExcluirA voz da natureza anda ecoando forte, ainda assim, tantos fingem não ouvir. Ou já não ouvem mesmo. Flores que se perdem... Beijo!
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