A queixa
comprimida na garrafa
quer escapar
reunir os povos
dizer a Matilde que lhe perdoa
organizar a vida dos índios,
a queixa
no vácuo
lembra uma queixa menor.
Dir-se-ía, na chama, uma sombra,
não arde, também se destrói.
A queixa mínima
já não pede ao vento que se cale
aos estudantes que estudem, a Elza
que deposite flores sobre o retrato enterrado.
Limita-se
à contemplação metódica da mosca
fora da garrafa
(mas já são outros problemas).
Carlos Drummond de Andrade, em A rosa do povo
[a mensagem na garrafa continuará a fazer marés nesses mares...]
ResponderExcluirum imenso abraço,
Leonardo B.
Drummond, destrói.
ResponderExcluir#Por isso quando é pra queixar, faço bem feito. Em alta voz. Pra depois, resignadamente, silenciar ^^
MUY BIEN EXPRESADO.
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