ALGUNS gostam de poesia.
Alguns —
quer dizer nem todos.
Nem a maioria de todos, mas a minoria.
Excluindo escolas, onde se deve
e os próprios poetas,
serão talvez dois em mil.
Gostam —
mas também se gosta de canja de massa,
gosta-se da lisonja e da cor azul,
gosta-se de um velho cachecol,
gosta-se de levar a sua avante,
gosta-se de fazer festas a um cão.
De poesia —
mas o que é a poesia?
Algumas respostas vagas
já foram dadas,
mas eu não sei e não sei,
e a isto me agarro
como a um corrimão providencial.
Wislawa Szimborska
Tradução de Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves.
Alguns revivem através dela, por ela. Eu. Wislawa Szimborska, muito prazer!
ResponderExcluirBeijos, Ci!
Linda verdade.
ResponderExcluirGosto desta poetisa, poucos livros em portugues, no entanto
Kandandu
não sei se a poesia me seria um corrimão, ou a salvação. mas sou honesto ao dizer que minha vida sem poesia perde muito de sua graça.
ResponderExcluiracho a vida sem poesia muito sem graça.
a vida com poesia é em technicollor, Cirandeira.
do poema: uma pessoa me iniciou em Wislawa Szimborska.
esta pessoa se foi.
Wislawa ficou pra sempre.
beijo grande do
Roberto.