DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

20/01/2020

Cuide bem do seu bode!




Quantos sóis serão necessários para queimar a realidade que nos cerca? Quantos sapiens ainda surgirão para destruir o planeta terra? Com quantas lâminas pode-se cortar a língua de um povo?
Vivemos à sombra de uma sombra que brinca de "amarelinha" a zombar da nossa capacidade de discernimento entre o falso e o verdadeiro. Cortinas de fumaça são criadas para desviar nosso olhar. "Amarre um bode na sala", "tire o bode da sala", artifícios usados com bastante frequência pelos mandatários do poder diante de problemas sociais, aparentemente sem solução: criam um problema maior para causar mais mal estar e depois o eliminam para que todos fiquem satisfeitos
e se esqueçam do problema anterior, que não foi resolvido. Quem ainda não ouviu falar da figura do bode expiatório? Essa figura remonta à época das primitivas cerimônias religiosas de expiação, quando sacrificava-se um animal no lugar das pessoas pecadoras. Vem daí a sua origem: "cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo..."
Ao longo da história da humanidade surgiram (e ainda surgem)vários bodes expiatórios, como os índios, os negros, os homossexuais, os judeus, os ciganos, os pobres, os imigrantes, as bruxas, os nordestinos brasileiros, etc, etc.
Embora muitas pessoas não saibam disso, todos temos um bode dentro de nós. Ele é o nosso núcleo de resistência, simboliza nosso instinto de sobrevivência. Portanto, cante, brinque, dance, mas não descuide do seu bode, cuide bem dele!

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