A minha tristeza é feita das cinzas que surgem do fogo que devasta as florestas, animais, pássaros e todos os seres vivos que habitam a Terra; é feita de soluços e do silêncio involuntário das bocas sem dentes, dos estômagos vazios que, enfileirados se aglomeram nas portas dos açougues por um punhado de ossos ou pés de galinhas para matar sua fome.
A minha tristeza é feita da poeira que se acumulou ao longo dos anos, formando pedras afiadas como facas, desafiando o abismo que há entre o Homem e a Natureza, entre a ausência e o existir. A minha tristeza é como o fluir da água que lava para clarear a sujeira escura. É como o fogo incandescente que brilha durante a noite, muito além da ambição gananciosa dos que se regozijam com o poder.
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