Usamos todos a ilusão
de fabricar a vida:
histórias, constelações
de sons e gestos
Usamos todos a suprema glória
do amor: por generosidade
ou fantasia, ou nada,
que de nada se fazem universos
Usamos todos mil chapéus de bicos
mal recortados e de encontro ao sol
o nosso mais perfeito em franja e bico
e um arremedo tal e seicentista
que ofuscando-se: o sol
Usamos todos esta condição
de pó de vento, ou de rio sem pé:
único dom de fabricar o tempo
em raiz de palmeira
ou de cipreste
Ana Luísa Amaral, Lisboa - 1956
Fábrica de imaginação!
ResponderExcluirBom dia!
Abs!
Carol Sakurá