O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo.
O bobo, é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando".
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saídas, porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
O bobo, tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias, que se descontraem diante do bobo e este
os vê como simples pessoas humanas.
O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.
O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoievski.
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"O fumante de cachimbo", de Paul Cézanne
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Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor.
E só o amor faz o bobo.
O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo, nem nota que venceu.
Aviso: Não confundir bobo com burro.
Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César, terminou dizendo a célebre frase:
- "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.
Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil.
Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham vida
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Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor.
E só o amor faz o bobo.
Tela de Marc Chagall
Clarice Lispector
Clarice Lispector
Talvez seja o grande problema do mundo: tem poucos bobos. Ou, se há muitos por aí, não se lhes dá a devida importância.
ResponderExcluirBeijo :)
Será por isso que chamam a nós mineiros de bobos?
ResponderExcluirsrsrrs
Abraço!
Carol, não coloquei o texto completo porque é muito extenso. Não quis "cansar" os leitores, mas há uma parte em que Clarice se refere aos mineiros enaltecendo-os, algo assim "como seria
ResponderExcluirbom se houvesse mais mineiros no mundo"! No que concordo com ela, de um modo geral.
Beijos
Estou me dando conta de ser muito mais bobo do que eu supunha. Mas aqui não posso me gabar de sê-lo, pois estaria me exaltando, o que me faria parecer um bobo se fazendo de esperto. Humm, antes que eu me enrole, faço silêncio das minhas bobagens...
ResponderExcluirBeijo, Cirandeira.
Marcantonio, quem não se lembra do "bobo da Corte"? Era um verdadeiro filósofo e conselheiro, mas hoje em dia...!
ResponderExcluirQuanto a ti, desconfio que és mesmo um bobo,
figura cada dia mais rara de se encontrar.
Beijo
As pessoas se levam muito a sério!
ResponderExcluirbj.
Será...?
ResponderExcluirSerá que essa "seriedade" é deliberada e consciente?
Tenho cá minhas dúvidas. Sérias rrrsss
Este espaço virtual a que dão o nome de Blog e
ResponderExcluirque eventualmente o administro, não tem nenhuma pretensão de receber prêmios de qualquer natureza. O universo virtual está repleto de espaços semelhantes e/ou até melhores do que este.
Meus sinceros agradecimentos pela gentileza.
Cordiais saudações
Cirandeira