Caruarú (PE)
Outro dia me convidaram para irmos ao McDonald's comer cheese burger. O salão estava lotado, fizemos os pedidos através de um tal de drive thru. Os colegas, percebendo a minha irritação disseram: "se tu tiver com pressa eles têm um sistema de delivery, maravilhoso! " Desacostumado com este linguajar chamei os cabras, vamos'imbora! Seguimos pela Av. Henrique Schaumann, onde pude observar um out door, onde estava escrito China box e uma seta indicativa parking. Nós não paramos por lá não. Seguimos mais adiante, avistamos um restaurante bonito e luxuoso e na porta de entrada uma luz neón piscando, escrito Open. Quando eu olhei pro chão pude ver estampada num capacho a bandeira americana me convidando: Wellcome! Ao adentrarmos naquele recinto eu pude observar na sua decoração, que nas paredes estava escrito assim: ice cake - cheese egg - cheese burger - fast food. Eu pensei comigo: food na Bahia, a gente usa numa outra situação! Do meu lado esquerdo uma garota tomava uma cerveja numa lata vermelha e azul cuja marca era Bud Wiser; o camarada que a acompanhava tomava a sua long neck Heineken. Do meu lado direito uma loura bonita, peituda, falava com um cabra numa voz sensual assim: eu trabalho numa relax for men e ele pergunta pra ela: "fica próximo do motel My flower?" E ela lhe responde: "não baby, fica junto ao Night Club wonderful penetration". A fome aumentava juntamente com a raiva, e eu não sabia se pedia um hot dog ou um simples cachorro quente. Emputecido mais uma vez com aquela situação, chamei os cabocos: vamos'imbora! Na saída, o manobrista nos recebe e nos entrega a chave do nosso possante veículo. Um fusca 68, fabricado em Volta Redonda, na época do presidente Juscelino Kubitscheck. Ele olha pra mim e diz: Tank you, sir and have a good night! E eu, usando toda a minha educação que eu aprendí no sertão da Bahia, eu olhei pra ele e disse: "Vá pra puta que lhe pariu!"
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Sou simples, sou composto, oculto, indeterminado, particípio, eu sou gerúndio, sou fonema sim, senhor! Adjetivo, predicado, eu sou sujeito, ainda trago no meu peito este Brasil com muito amor!
Música e letra compostas por Carlos Silva e Sandra Regina
Como eu te compreendo, my dear (não te zangues comigo)! :)
ResponderExcluirO teu relato mostra a influência das culturas dominantes no seu pior. Às vezes é desesperante, e apetece mesmo, tal como tu fizeste, utilizar um português vernáculo.
Beijo :)
Adorei!
ResponderExcluirNada melhor que a nossa língua amada portuguesa!
Beijo!
Eu ando com uma implicância com a língua inglesa que só eu sei.
ResponderExcluirbjs.
É, Cirandeira, o problema dos estrangeirismos é a motivação para introduzi-los na língua; quando não há expressão nacional similar à estrangeira eles até se justificam. Mas, no nossos caso, o que há por trás do excesso deles é uma subserviência cultural. Parece que se crê que o serviço de delivery será mais eficiente, mais distinto, mais moderno, mais charmoso do que a simples entrega em domicílio. E, no entanto, a expressão em português soa tão melhor! Somos muito tolos...
ResponderExcluirBeijo.
Cirandeira, don't worry!.
ResponderExcluirEm Argentina é quase a mesma coisa: os meninos pobres chaman-se Kevin, Daiana, Johnatan,Jennifer...no matter.
hand!
(Em lenguagem dos mensagems de texto, "hand" é a abreviatura da frase "have a nice day")
Beijokisses.
Felizes os que ainda desejam alguma coisa, os
ResponderExcluirque lutam e até morrem por alguma coisa!, dizia Aníbal Machado.