Ouvir pacientemente
a voz da Terra.
Esta voz que ilude o lábio e escapa,
entre dentes,
sincopada,
da garganta cerrada,
do silêncio.
Ouvir a palavra dura,
a dor cuspida
coração afora,
a Esperança sepultada
coração adentro.
Não calar essa voz,
essas mãos,
porque então a Terra
falará pela boca dos vulcões.
E não basta ouvir,
é preciso que a mão
golpeie o leme
e corrija o rumo
mar adentro,
terra adentro,
classe adentro
raça adentro.
Pedro Tierra, pseudônimo de Hamilton Pereira da Silva, poeta, nascido em Porto Nacional(TO) em 1948. É autor de Poemas do Povo da Noite(menção honrosa no Prêmio Casa de las Américas, 1977), Missa da Terra sem-males(em parceria com Pedro Casaldáliga e Milton Nascimento), Água de rebelião, Inventar o Fogo. Foi secretário de cultura do Distrito Federal e é presidente da Fundação Perseu Abramo.
Adorei conhecer.
ResponderExcluirMuito bom o poema!
Beijo :)
Não conhecia. Gostei demais :)
ResponderExcluirbj
por la imagen, creo que el texto debe ser muy delicado.
ResponderExcluirun abrazo