Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.
Umas vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.
Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;
e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade
João Cabral de Melo Neto
Um mestre, não, Ci? Bichos palpitantes me arrodeiam sempre... :-)
ResponderExcluirBeijos,
Um mestre que gosto muito, lá de dentro do meu coração, bicho pulsante!
Excluirbeijoss
EXCELENTE PLANTEAMIENTO. ME GUSTA.
ResponderExcluirUN ABRAZO
Gracias por tu visita, ReltiH
Excluirun abrazo
Mas só poderia ser do João Cabral, esse Mestre da palavra, esse Poeta que transcendeu ao tempo.
ResponderExcluirCi, você me deixa arrebatada com suas escolhas.
No layout, aquela foto, meio luz, meio penumbra, é sua? Muito boa!
Um fim de semana dos melhores,amiga!Beijos!
Mas que alegria te ver por aqui!
ExcluirEssa foto é a sombra de uma assombração :)!!rsrsrs
beijos, querida "sumida"!
Tic-tac, tic-tac. Relógio é como bumbo do coração. Tá sempre em nós.
ResponderExcluirBeijo!
O coração faz o sangue fluir pelo nosso
Excluircorpo; o relógio muitas vezes impede os
batimentos dele, acho :)
beijoss, Tatiana
Legal a ilustração que usaste em conjunção com o poema.
ResponderExcluirO finalzinho do poema é o máximo, pois fala da "continuidade" do canto, mesmo engaiolados, cantamos. Valeu, amiga!