Chen Hongshou
Veio ter comigo hoje a poesia.
Há quantos anos?
Desde a juventude.
Veio num raio de sol, num murmúrio de vento.
E a ilusão que me trouxe de uma antiga alegria
reinventou-me a antiga plenitude
que já não invento.
Fazia-lhe outrora poemas verdadeiros
em fornicações rápidas de galo.
Hoje não sou eu nunca por inteiro
e há sempre no que faço um intervalo.
Estamos ambos tão velhos — que vens fazer?
— a cama entre nós da nossa antiga função.
Nublado o olhar só de a ver.
E tomo-lhe em silêncio a mão.
Vergílio Ferreira, Portugal (1916-1996)'
BELLA FORMA DE POESÍA.
ResponderExcluirUN ABRAZO
O espaço está bonito!!!! :-) E parei pra pensar nessa poesia que nos reinventa sempre, quando parece o fim.
ResponderExcluirBeijos, Ci.