Comme les longs échos qui de loin se confondent,
Dans une ténébreuse et profunde unité,
Vaste comme la nit et comme la clarité,
Les parfums, les couleurs et le son se repondent. *
Dans une ténébreuse et profunde unité,
Vaste comme la nit et comme la clarité,
Les parfums, les couleurs et le son se repondent. *
Vibrar, viver. Vibra o abismo etéreo à música das esferas; vibra a convulsão do verme, no segredo subterrâneo dos túmulos. Vive a luz, vive o perfume, vive o som, vive a putrefação. Vivem à semelhança os ânimos.
A harpa do sentimento canta no peito, ora o entusiasmo, um hino, ora o adágio oscilante da cisma. A cada nota, uma cor, tal qual nas vibrações da luz. O conjunto é a sinfonia das paixões. Eleva-se a gradação cromática até à suprema intensidade rutilante; baixa à profunda e escura vibração das elegias.
Sonoridade, colorido: eis o sentimento.
Daí o simbolismo popular das cores.
Raul Pompéia jornalista, contista, romancista, nasceu em Angra dos Reis (RJ) 1863-1895
* Como os ecos além confundem seus rumores/ Na mais profunda e mais tenebrosa unidade/ Tão vasta como a noite e como a claridade,/ Harmonizam-se os sons, os perfumes e as cores. Charles Baudelaire, "As flores do mal".
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