Ensimesmados,
olham a vida
como exilados
fitando o mar.
Não estão no mundo
como quem o habita.
Estão de visita
num planeta estranho.
***
Pânico
Não há mais lugar no mundo
Não há mais lugar
Aranhas do medo
fiam ciladas no escuro
Nos longes, pesam tormentas,
rolam soturnos ribombos.
Súbito,
precipita-se nos desfiladeiros
a vida em pânico.
***
tão longa a jornada!
e a gente cai de repente,
no abismo do nada!
***
persigo um pássaro
e alcanço apenas
no muro
a sombra de um voo
Helena Kolody, Cruz Machado (PR)- 1912-2004
UFFFFFFFF, TREMENDISIMO TEXTO!!!!!!!!
ResponderExcluirUN ABRAZO
A alienação, a vida sem emoção, era isso que Antonioni, Pasolini, Fellini, Visconti, De Sica, Rosselini e tantos outros já denunciavam do pós-guerra para cá. Depois, eles se foram, suas obras ficaram por aí, quase no abandono. Por isso, mesmo com dificuldades, tento fazer algum resgate, tento, mas a turma só quer saber de falar e fazer bobagens.
ResponderExcluirQue pena, amiga! Que pena!
Ci, uma bela sexta-feira! Beijos, amiga!!!
[esse layout já fala por si só...]