Êxodo de palestinos, em 1948
Seja a corda para a minha guitarra, ó água
Seja a corda para a minha guitarra, ó água:
os conquistadores chegaram,
os antigos partiram.
É difícil lembrar o meu rosto
nos espelhos.
Seja-me a memória para eu lembrar o que perdi...
Quem sou eu depois da coletiva partida?
Tenho uma rocha
que carrega o meu nome sobre colinas
que veem o que passou
e acabou.
Setecentos anos me acompanham atrás dos muros da cidade...
Em vão o tempo gira para eu salvar o meu passado num instante
que faz nascer agora a história do meu exílio em mim... e nos outros...
Seja a corda para a minha guitarra, ó água, os conquistadores chegaram,
os antigos partiram
para o sul, povos restaurando os seus dias
nos escolhos da transformação:
sei quem fui ontem, mas o que serei
amanhã sob as bandeiras atlânticas de Colombo?
Seja a corda
para a minha guitarra, ó água.
Não há Egito no Egito, nem
Fez em Fez, e Damasco está distante.
Não há nenhum sacre
na bandeira da minha gente.
Não há rio ao leste do palmeiral cercado
com os cavalos rápidos dos mongóis.
Em que Alandalus vou terminar? Aqui
ou lá?
Saberei que morri e que deixei aqui
o que há de melhor em mim: o meu passado.
Nada me sobrou além da minha guitarra.
Seja a corda para a minha guitarra, ó água.
Os conquistadores se foram,
os conquistadores chegaram...
Mahmoud Darwich foi um poeta e escritor palestino que nasceu na pequena vila de Al-Birweh,(1942-208) totalmente destruída durante a ocupação de Israel em 1948. A família do poeta teve que refugiar-se no Líbano durante um ano. Foi preso várias vezes, entre 1961/1967. É o autor da Declaração de Independência da Palestina(1988). Sua obra já foi traduzida em mais de vinte países.
Mahmoud Darwich foi um poeta e escritor palestino que nasceu na pequena vila de Al-Birweh,(1942-208) totalmente destruída durante a ocupação de Israel em 1948. A família do poeta teve que refugiar-se no Líbano durante um ano. Foi preso várias vezes, entre 1961/1967. É o autor da Declaração de Independência da Palestina(1988). Sua obra já foi traduzida em mais de vinte países.
UFFFFFFF--- QUÈ OBRA TAN HERMOSA...! COMO UNA SÙPLICA QUE DUELE.
ResponderExcluirUN ABRAZO
Ci, quer saber a verdade? Eu já nem sei mais o que dizer sobre o drama terrível e absurdo em que vivem os palestinos. Ontem, eu vi o Obama declarar raivoso e espumando pela boca que vai "acabar com o Estado Muçulmano". E agora José? Vamos dançar um tango argentino?
ResponderExcluirAs lágrimas dessa pobre mulher do seu incrível layout são lágrimas de todos nós...
Obrigada pelo teu sempre bem-vindo comentário. As tuas palavras me dão força para prosseguir nessa blogosfera espinhosa, cheia de grupinhos ociosos, fofoqueiros que não têm conteúdo. Então, não é melhor pegar um vassoura e espanar o cafofo? [risos]
Beijão! Te adoro!
Todos los poemas que he leído de Mahmoud Darwich reflejan el dolor de su pueblo de una manera tan desgarradora que te encoge el corazón.
ResponderExcluirHay dolor en sus versos, pero también extrañeza por la indiferencia de los poderosos, por la suerte que les ha tocado: ser un pueblo perseguido, encerrado, encajonado, conquistado y abandonado, y vuelta a empezar.
Va a tener razón Voltaire cuando decía que la civilización no elimina la barbarie, sino que la sofistica.
Un beso, y mi amor y solidaridad con el pueblo palestino.