Terceira gota
Caminhando pelas ruas da linguagem, deu-se conta de que embora andasse por elas desde cedo, lhe pareciam estranhas, não conseguia dialogar; passava horas, às vezes dias num silêncio sem fim. Voz e corpo desencontrados coabitando as mesmas palavras, partilhando as mesmas dores, os mesmos sonhos – atravessados na garganta.
Com passos lentos, tentava seguir os pássaros, perguntando-se - onde estaria sua língua que só balbuciava o dejà vu? Que só gaguejava dislexias?
As ruas da linguagem são amplas largas como avenidas de mãos duplas, e de repente ao virar a cabeça percebeu estar numa encruzilhada que bifurcava-se em várias delas, eram estreitas e de mão única. Aquela mão tinha dedos longos como galhos secos sem folhas: era um livro de muitas estórias, de páginas avulsas espalhadas pelo chão. Soprava um vento forte, as folhas voavam para o alto, em todas as direções como se quisessem alcançar os pássaros. E voavam as páginas as palavras as estórias os pássaros e os sonhos contidos naquela mão em forma de labirinto...
ME PARECE UN ENSAYO EXCELENTE.
ResponderExcluirUN ABRAZO
Que linda imagem me trouxeste à imaginação!
ResponderExcluirPássaros, folhas e palavras açoitados pela ventania. O ReltiH é que está certo, "un ensayo excelente".
Ci, obrigada pelo teu carinho e tenha uma semana maravilhosa!Bjsss