Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço á boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Herberto Helder, Funchal (Ilha da Madeira) - 1930-
Esses autores da Ilha da Madeira têm uma magia no escrever e no dizer que nos pega de jeito. Lindo!
ResponderExcluirCi, sexta-feira chegou. Um ótimo fim de semana, amiga!Bjsss
Vital Farias é tudo de bom. E as entrevistas que ele dá? O paraibano é danado de bom![risos]
ResponderExcluirEsse jogo dos espelhos da Alice é meio complicado, mas vou tentar. Afinal, tenho um coelhinho para me guiar. Tudo começou quando assisti a um filme até interessante, O Dia do Coelho.Daí, aquilo não me saiu mais da cabeça. Vamos ver no que dá! Você sabe, o cinema é a minha cachaça, rsrs.
Ci, tchauzinho!
[Esse layout hoje tá cheio de significados...]