DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

13/09/2015

Mar das mortes


 

Amar o amaro mar de amarelas marés, de maremotos. Mar de mortes! Nem mesmo quando dormes acalmas o pulsar do mar vermelho de vidas que correm nas veias em busca de oxigênio, do sangue que deságua em nossos corações. A beleza de tuas águas serenas e límpidas (agora sujas), não acalmam meu disparatado coração diante do horror sofrido pelos que sobre ti navegam em busca de novos horizontes, por melhores condições de vida.
Como dormir tranquilamente sabendo das tormentas por que passam em tuas águas nossos semelhantes? Nem o sol, sequer o luar me alegrariam; nem um dia chuvoso e calmo sobre o sertão sofrido e sedento; um dia lacrimoso que derramasse suas águas sobre os bancos de areia de tantos rios assoreados e secos...!
Quantas vidas têm sido ceifadas por tuas ondas nervosas, amargo mar das tormentas? Sei que não é da tua competência resolver os problemas da miséria, das guerras, da ganância e da ambição desenfreada comandadas e disputadas entre as nações mais ricas desse planetinha chamado Terra!
Quem sabe fosse melhor colocar esta mensagem numa garrafa e lançá-la a ti, ó grande mar bravio...!?

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